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Crises e crédito barato?

Autor: Osvaldo Ferraz – Development Business Manager

Em decorrência da nova pandemia de COVID-19, a consultoria Capa Centre for Aviation, publicou um artigo no qual destaca: “A maioria das companhias aéreas, até o final do ano de 2020, estará falida”. Isso devido à uma grande utilização das reservas de caixa dessas companhias, justamente por estarem passando por momentos em que quase não saem voos, e os que saem, estão praticamente sem passageiros.

Eles também enxergam, que nesse momento surge uma grande necessidade de ação coordenada por parte do governo e da indústria. Esses, deveriam incentivar de alguma forma, podendo ser por incentivos fiscais ou mesmo injeção de liquidez, a fim de não deixarem o desastre se tornar exponencialmente pior.

Essa não é a primeira vez que empresas de um setor, correm sério risco de ir à falência ou recuperação judicial, justamente por conta de uma crise econômica ou pontual. Em 2018, a fabricante de telhas Eternit, entrou com o pedido de recuperação judicial, justamente por problemas derivados da crise econômica e processos judiciais por conta do uso de amianto (substância proibida em muitos países, inclusive no Brasil), o que desencadeou um descontrole pontual no fluxo de caixa.

Outro caso, foi a empresa Viver, no ramo de construção, também entrou com pedido de recuperação judicial em meio a crise do segmento imobiliário, no qual também afetou seriamente seu fluxo de caixa, e ainda “ganhou um sócio”, a Jive Gestão de Recursos, que ficará com 38% de sua participação após “ajuda” no fluxo de caixa da empresa.

Por fim, um dos maiores casos e mais conhecidos foi o da empresa Oi, que por conta de uma gestão, na época, classificada como “suspeita”, justamente por não tomarem cuidado suficiente com a necessidade de fluxo de caixa e de CAPEX (Capital Expenditure), que é o montante de dinheiro necessário para a aquisição de bens de capitais e se manter competitiva, também teve o mesmo destino.

Afinal, além dessas três empresas estarem em recuperação judicial, o que mais possuem em semelhança?

A primeira e segunda empresa citada, conseguiram “prever” que teriam certos problemas com fluxos de caixa nesses momentos, e de forma antecipada, entraram com pedido de recuperação judicial. A terceira, apesar de sofrer um pouco mais ao longo do tempo, começa a dar esboços que está caminhando para fora de uma longa crise, esticando o prazo de suas dívidas, renegociando as mais caras, vendendo ativos que não geravam retorno ou estavam inativos, assim podendo se restabelecer no mercado.

A premissa mais antiga que conhecemos em uma empresa, é que toda empresa tem seu custo de capital, podendo ser o próprio ou de terceiros. Nesses casos acima, todas tiveram altíssimos custos de capital, justamente por momentos de crise pontuais ou em devidos setores, assim como o atual momento que estamos vivendo.

Um jeito barato e que não necessita de nenhum investimento inicial para injeção de recurso no fluxo de caixa, é justamente recuperar dívidas, principalmente as no exterior, no qual vivemos uma alta histórica do dólar.

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